O mês de julho foi marcado por um grande evento que reuniu membros de todo o mundo da Rede pelo Conhecimento Livre: o OKFestival 2014. Nesse ano, 33 brasileiros participaram do evento que aconteceu em Berlim, a maior parte deles da comunidade brasileira da Open Knowledge, e de diversas atividades paralelas. Eles puderam trocar experiências e debater com pessoas de mais de 60 países temas fundamentais para o avanço do conhecimento livre e dos dados abertos.
“É um incrível festival para ter contato com novas ideias e pessoas que também estão se fazendo as mesmas perguntas que você sobre dados abertos, governança aberta, ciência aberta…”, contou Raniere Silva, que participou pela primeira vez do evento.
Países em desenvolvimento
Gisele Craveiro, professora da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Deliberativo da OKBr, participou de duas mesas debatendo a importância da transparência e dados abertos para os países em desenvolvimento.
“Várias organizações estão cada vez mais considerando a descentralização, inclusão e diversidade no debate sobre dados abertos, que é bastante concentrado no eixo Europa e Estados Unidos. Acho que foi bem interessante ver a escolha dos keynotes speakers da OKFest com pessoas da América Latina, África, homens e mulheres”, comenta.
O tema também esteve no centro de outra conferência promovida pela Coalização para os Dados Abertos (Partnership for Open Data). A conversa foi conduzida por Daniela Mattern, parceira e membro da comunidade OKBr, e consistiu em um espaço aberto para se compartilhar histórias de impacto sobre como superar os desafios de se implementar políticas de dados abertos em países em desenvolvimento.
Segundo Gisele, a intenção é que iniciativas como a Open Data in Developing Countries (ODDC, em português Dados Abertos para os Países em Desenvolvimento), rede da qual ela participa como pesquisadora do COLAB-USP, e a Coalização para os Dados Abertos possam promover estudos e projetos que tenham os dados abertos com um dos componentes fundamentais nos modelos de desenvolvimento.
Ciência aberta
Alexandre Abdo, pesquisador da USP e membro do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta, também participou como facilitador em duas discussões sobre ciência aberta. Temas como formação, conscientização e financiamento estiveram no centro dos debates do grupo que se reuniu para compartilhar suas experiências e buscar soluções para os desafios enfrentados.
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Imagem: Gregor Fischer