A Open Knowledge Brasil (OKBR) aderiu a um movimento internacional de projetos open source e empresas de tecnologia que tem buscado remover, de seus códigos, referências racistas, sexistas ou que carreguem alguma carga simbólica excludente. O Github, rede social de compartilhamento dos códigos, anunciou recentemente sua adesão a essas mudanças, que têm sido demandadas nos últimos anos pela comunidade.
A OKBR acredita no poder das palavras e da linguagem para gerar ou reproduzir processos sociais. Consideramos que a linguagem é um componente dinâmico na sociedade, e que pode e deve mudar sempre que o significado das palavras remeter a contextos de opressão, sejam racistas, ou sexistas ou de qualquer outra ordem.
Com isso em mente, fizemos algumas mudanças em nossos repositórios hospedados na plataforma Github. Alteramos o nome do branch (ou “ramo”, termo que define as diferentes partes no versionamento de códigos) padrão dos nossos repositórios ativos – que anteriormente era “master” (mestre) – para “main” (principal).
Como já citado, a mudança visa rever usos da linguagem que possam reforçar contextos de opressão. Ainda que, no âmbito do Github, o termo master não esteja imediatamente associado à escravidão, como no caso da analogia master/slaves do Linux, sua carga simbólica já é suficiente para adotarmos uma forma mais neutra.
Se você quiser alterar o branch padrão do seu repositório no Github, basta seguir o seguinte passo a passo:
$ git clone <repo>
$ git checkout master # apenas para confirmar que está operando na master
$ git pull # caso o repositório já esteja clonado localmente
$ git checkout -b main master # cria novo branch
$ git push -u origin main # envia o novo branch para o Github
# Acessa https://github.com/<user>/
e altera o branch padrão
Caso queira ler um artigo sobre a mudança de forma mais detalhada, basta acessar o texto do Marco Rougeth: http://rgth.co/blog/master-main
A seguir, confira alguns exemplos de outras comunidades relevantes que mudaram a terminologia em grandes projetos: