A Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS), iniciativa do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) voltada à utilização de novas tecnologias na pesquisa em informação e saúde, iniciou uma parceria com a Open Knowledge Brasil (OKBR) para a realização do projeto Querido Diário nas Universidades. Iniciada no segundo semestre de 2022, ela está em sua primeira fase e tem como objetivo aproximar o Querido Diário, projeto de código aberto desenvolvido pelo programa Ciência de Dados para Inovação Cívica da OKBR, a atividades de prática e pesquisa acadêmica no campo da ciência de dados nas universidades e nos institutos de pesquisa brasileiros.
As atividades iniciaram em agosto com o acompanhamento de projetos de iniciação científica na Universidade Tiradentes, em Sergipe, e no Instituto Federal de Alagoas. Os alunos buscarão aplicar seus conhecimentos na resolução de desafios do Querido Diário, como o uso de processamento de linguagem natural para análise de dispensa de licitações e de nomeações e exonerações.
“O Querido Diário é um projeto de dados abertos com bastantes desafios e margem para crescimento em diversas áreas do conhecimento, principalmente em subáreas de inteligência artificial”, afirma Giulio Carvalho, coordenador de Inovação Cívica da OKBR. “Ter esse contato mais próximo com a comunidade acadêmica permite que estudantes e pesquisadores utilizem esses desafios reais como material para seus projetos e nos dá a chance de descobrir caminhos que podem ou não solucioná-los”, completa.
Além do acompanhamento das pesquisas, fornecendo suporte às equipes e registrando a evolução e as barreiras encontradas, o projeto Querido Diário nas Universidades também busca criar uma documentação para pavimentar um cenário contínuo de parcerias e mapear o ecossistema acadêmico brasileiro para a criação de uma base de iniciativas e grupos de pesquisa que também estejam abordando temas relevantes para a evolução da plataforma.
Com os resultados do projeto, a OKBR e a PCDaS esperam fortalecer a comunidade de ciência de dados no Brasil, fomentando cooperações e trocas de conhecimento em torno da cultura open-source. Para Carvalho, “difundir um pouco mais o uso de dados abertos e projetos de inovação cívica no meio acadêmico já seria um ótimo resultado. Mas, caso os projetos e pesquisas tenham resultados positivos e aplicáveis, poder implementá-los no projeto seria um grande bônus”.