Levantamento da Open Knowledge Brasil aponta retrocesso em 23 dos 24 critérios analisados no Índice de Transparência da Covid-19. Assim como nos estados, transparência regride em momento crítico da pandemia.
→ 12 capitais (46%) diminuem pontuação em relação à avaliação anterior; nível “Opaco”, a pior classificação, volta ao mapa e atinge duas delas.
→ Das nove capitais que disponibilizaram microdados atualizados, apenas três apresentaram todas as variáveis consideradas mínimas para monitoramento adequado da doença.
→ 18 capitais brasileiras (69%) não publicam informações sobre testes disponíveis. Das 8 que publicam, apenas metade disponibiliza informações detalhadas por tipo de teste.
→ 6 capitais (23%) retrocederam na transparência sobre testes aplicados; cinco delas deixaram de publicar quaisquer informações atualizadas no critério.
→ Em 58% das capitais, não é possível obter informações completas sobre notificações — em duas delas não foi possível nem mesmo saber o número de casos confirmados.
O 7º Boletim do ITC-19 2.0 sobre as capitais mostra que a transparência sobre dados da Covid-19 também retrocedeu nos municípios, assim como observado na última avaliação dos estados. O levantamento é referente a novembro, mês que ficou marcado por apagões (de dados e também literais) e ataques cibernéticos a diferentes órgãos públicos.
Com vários casos de desatualizações em bases de dados, painéis e boletins, 23 dos 24 critérios analisados pelo ITC-19, da Open Knowledge Brasil (OKBR), deixaram de ser cumpridos por alguma cidade nesta sétima rodada de avaliação.
Um dos principais retrocessos é observado na disponibilização de microdados. Critério já pouco atendido até então, ele se tornou o menos atendido pelas capitais, com uma taxa de cumprimento de apenas 19%. Das sete capitais que disponibilizaram microdados atualizados e com quantidade de variáveis mínimas para pontuar, apenas três apresentam todos os dados considerados mínimos para monitoramento adequado da doença: Fortaleza (CE), a partir dos microdados disponibilizados pelo estado; Macapá (AP) e Manaus (AM).
TAXA DE CUMPRIMENTO DAS DIMENSÕES DE GRANULARIDADE E FORMATO
São avaliadas as base de dados, a qualidade e o acesso; em rosa, está destacada a porcentagem do total de cumprimento que retrocedeu em comparação à última rodada de avaliação
Outro critério que já era pouco cumprido e retrocedeu ainda mais, tornando-se um dos menos atendidos, é a disponibilidade de testes para Covid-19. No 6º boletim do ITC-19 sobre as capitais, o levantamento realizado em outubro pela OKBR revelou que 62% das capitais não divulgavam qualquer tipo de informação sobre seus estoques de testes. De lá para cá, o quadro piorou: 18 capitais não disponibilizam ou deixaram de atualizar essa informação, o que representa 69%.
Além da falta de dados sobre estoque, a transparência sobre testes aplicados também regrediu, já que em 5 capitais essa informação deixou de ser publicada ou atualizada desde a última avaliação. Com isso, 12 cidades (46%) não divulgam nenhuma informação sobre esse critério.
TAXA DE CUMPRIMENTO DA DIMENSÃO DE CONTEÚDO
São avaliados dados sobre casos, demografia e infraestrutura de saúde; em rosa, está destacada a porcentagem do total de cumprimento que retrocedeu em comparação à última rodada de avaliação
Evolução das capitais, de 16/10 a 11/12
A sétima rodada de avaliações das capitais foi feita a partir dos dados disponíveis em 24 e 25 de novembro.
A próxima avaliação da transparência das capitais está prevista para o dia 17 de dezembro.
Acesse:
7# boletim completo do Índice de Transparência Covid-19 2.0
Base de dados completa com a avaliação detalhada de cada ente.
Nota metodológica com o detalhamento dos critérios de avaliação.
Mais informações no site: transparenciacovid19.ok.org.br