Escola de Dados

Conheça os vencedores do Prêmio Cláudio Weber de Jornalismo de Dados

07 nov de 2022, por OKBR

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Cerimônia foi no encerramento do Coda.Br, neste domingo (6); foram distribuídos R$ 10 mil em prêmios

Os veículos G1, Núcleo Jornalismo, Ambiental Media e InfoAmazonia são os ganhadores da 4ª edição do  Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados. Além de um troféu para cada categoria, os vencedores dividiram o valor de R$ 10 mil em prêmios. 

Iniciativa da Escola de Dados da Open Knowledge Brasil, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Transparência Brasil, a premiação foi neste domingo (6), em São Paulo, e marcou o encerramento da 7ª Conferência de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br).

Apresentada pela jornalista e especialista em comunicação de dados Clara Velasco, a solenidade contou com a participação dos representantes dos projetos finalistas. Em sua quarta edição, a premiação recebeu 115 inscrições de trabalhos que alinharam a narrativa jornalística com o uso de dados. 

“O jornalismo de dados se provou fundamental nos últimos anos, ainda mais nessa época em que vivemos uma avalanche imensa de fake news. Fazer esse trabalho de jornalismo baseado em evidências, em dados, é cada vez mais relevante e é por isso que é tão importante a gente ter uma edição como essa, não só do Coda, mas também dessa premiação”, comentou a mestre de cerimônia. 

Dos doze trabalhos finalistas, os projetos do G1 (categoria Investigação), do Núcleo Jornalismo (categoria Inovação e Experimentação), da Ambiental Media (categoria Visualização) e do InfoAmazonia (categoria Dados Abertos) se destacaram e foram escolhidos pelo júri.

Saiba mais sobre os vencedores

O primeiro vencedor da noite foi o projeto Amazônia Minada, na categoria Dados Abertos, representado pelo jornalista Stefano Wrobleski na cerimônia. Além de Wrobleski, Juliana Mori, Hyury Potter e a empresa Geodatin também fizeram parte dos esforços de elaboração e execução da plataforma, que é atualizada diariamente e mostra processos minerários na Amazônia brasileira que nunca deveriam ter sido registrados. 

Os jornalistas Victor Farias e Patrícia Figueiredo, do G1, desenvolveram uma série de reportagens sobre o aborto legal no Brasil: 4 em cada 10 abortos legais no Brasil são feitos fora da cidade onde a mulher mora; pacientes percorreram mais de 1 mil km. O trabalho, que venceu na categoria “Investigação” abordou o deslocamento que as mulheres precisam fazer para realizar o procedimento e a concentração dos abortos em poucas cidades. 

Vencedor da categoria “Inovação e Experimentação”, o Núcleo Jornalismo desenvolveu, em parceria com a Novelo Data, o BotPonto, um robô que monitora vídeos no YouTube para facilitar o combate a fake news e a desinformação. A ferramenta pôde ser utilizada por jornalistas, checadores e pesquisadores que precisaram verificar informações em vídeos do YouTube durante as eleições de 2022. 

Seus criadores foram Alexandre Orrico, Gabriela Ferraz, Guilherme Felitti, Henrique Rieger, Jade Drummond, Lucas Lago, Michel Gomes, Renata Hirota, Rodolfo Almeida, Samira Menezes, Sérgio Spagnuolo e Sofia Schurig. Na entrega, a equipe do Núcleo subiu ao palco e Sérgio Spagnuolo, editor de redação, relembrou a menção honrosa recebida pelo Núcleo em 2021 e comemorou o primeiro troféu da iniciativa neste ano.

Representados por Kevin Damasio, a equipe da Ambiental Media, responsável pelo Aquazônia, foi a ganhadora na categoria “Visualização”. O trabalho de jornalismo científico contou com o  apoio do Instituto Serrapilheira e uniu jornalistas, desenvolvedores e cientistas especializados na tentativa de materializar os impactos de atividades humanas nas águas da Amazônia Brasileira. 

Thiago Medaglia, Laura Kurtzberg, Cecília Gontijo Leal, Ronaldo Ribeiro, Letícia Klein e o próprio Kevin integraram o time responsável pela criação da visualização, que, segundo o júri, se destacou porque melhor incorporou a narrativa jornalística nos dados e imagens que contaram a história. “É elegante nas cores e navegação. Fez bom uso do recurso 3D para dar dramaticidade à narrativa e prender o leitor”. Ainda segundo o júri, “a metodologia aponta o uso de consultoria científica e aproveitamento dos mais modernos estudos sobre o tema, além dos dados públicos. Com isso, esse trabalho dá um passo além do que se vê até aqui nos melhores trabalhos de jornalismo de dados normalmente produzidos no Brasil”.

Sobre o Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados 

A premiação homenageia Cláudio Weber Abramo, jornalista pioneiro no debate sobre dados e transparência pública no Brasil, falecido em agosto de 2018. Ganhador do Prêmio Esso em 2006 com o Excelências, um banco de dados sobre parlamentares, foi um dos principais defensores da criação da Lei de Acesso à Informação e fundou a Transparência Brasil. O prêmio se tornou uma vitrine da diversidade e do potencial dos trabalhos de jornalismo de dados realizados no Brasil.