A Open Knowledge Brasil votou e indica Flávia Lefèvre Guimarães como candidata da PROTESTE ao Conselho Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Além de ser uma representante mulher, ela faz parte da Coalizão Direitos na Rede, uma rede independente de organizações da sociedade civil ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil formada em 2016. Em janeiro deste ano, como parte do colégio eleitoral da sociedade civil, apoiamos a candidatura da Amanda Yumi pelo Garoa Hacker Clube para o CGI.br, mas ela desistiu da campanha. O período de votação vai até o dia 8/05.
Flávia tem um rico histórico de defesa ao setor de telecomunicações e à internet livre. Ela é conselheira da PROTESTE (Associação de Consumidores), membro do conselho consultivo da ANATEL, representando consumidores (2006-2009), membro do conselho diretor do ILUMINA (Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético SP) e membro da Diretoria de Infraestrutura em Telecomunicações da FIESP. Também é membro do conselho CGI desde 2014 e busca a renovação do mandato.
Se eleita, Flávia se comprometeu a defender os princípios expostos na Declaração 1 da Coalizão Direitos na Rede, que defende o acesso universal à Internet, com respeito à neutralidade de redes.
Alexandre Abdo, associado efetivo da Open Knowledge Brasil, destaca que:
“O CGI precisa de representantes que levem os debates do órgão para a sociedade, e busquem trazer da sociedade – de sua expertise e legitimidade – as melhores respostas para as questões colocadas no âmbito do comitê. A candidatura da Flávia se apresenta como o melhor caminho para assegurarmos esse avanço, pela sua experiência, sua independência de setores já amplamente representados no comitê, e seu compromisso com a cidadania na rede”.
Yasodara Córdova, conselheira consultiva da OKBR, destaca a importância de ampliar espaços para a participação de quem realmente constrói a Internet nos dias de hoje. “Precisa ter espaço não só de quem a provê ou só de quem lucra com a Internet. Desenvolvedores, designers e escritores, por exemplo, deveriam ter voz no conselho. Não acho que o modelo de votação do CGI hoje suporte a diversidade da Internet no Brasil e entendo que não tem a capacidade de alcance que poderia ter com um modelo mais direto de escolha dos seus representantes. Acho que o voto na Flávia acaba por remediar um pouco esses anseios, pois ela se comprometeu com a comunidade de um modo amplo e isso nos traz esperanças.”
No site do CGI.br, há mais informações sobre o processo eleitoral com as próximas etapas.
Sobre o Comitê Gestor da Internet do Brasil
O Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) tem um papel fundamental para a internet livre e funcional do jeito que ela está hoje. Criado em 1995, ele reúne representantes do governo, empresas, organizações civis e academia. Em 2003, após pressão da sociedade civil, a Presidência editou o Decreto Nº 4.829, ampliando a competência do Comitê e dispondo que os membros não governamentais fossem eleitos por formação de colégio eleitoral de cada setor, em um processo transparente, com votação não secreta.
O processo de eleições do CGI.br para os representantes que o integrarão durante o triênio 2017-2019 teve início em 2016, e vai até maio de 2017.