34 pessoas participaram da formação, que ofereceu conjunto de técnicas e metodologias para realização de investigações digitais; confira os tutoriais criados a partir do material da Tactical Tech
Ativistas de direitos humanos, jornalistas, comunicadores e profissionais de softwares livres e inovação cívica participaram da segunda edição do curso “Investigações Digitais: OSINT para jornalistas e ativistas brasileiros”. Com 18 horas de carga horária, a formação promoveu o ensino de técnicas para investigações de empresas e pessoas físicas a partir de dados públicos, investigações visuais e de metadados, além do mapeamento de redes de desinformação.
O treinamento teve como foco os desdobramentos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro e contou com o apoio da Tactical Tech, que concedeu 10 bolsas de gratuidade, e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O atentado à democracia brasileira evidenciou a urgência de capacitar pessoas para a investigação de atos criminosos no contexto do ambiente virtual e as técnicas e metodologias de Open Source Intelligence (OSINT) têm se tornado cada vez mais estratégicas. Nossa expectativa é que após a formação, os participantes sejam capazes de aprimorar a apuração e o armazenamento dos dados coletados para produzirem conteúdos que auxiliem nas investigações desses casos e, quando necessário, encaminhar as denúncias aos órgãos responsáveis”, destaca Anicely Santos, assessora pedagógica da OKBR.
Busca avançada em buscadores, Twitter, Facebook e outras redes sociais; uso de ferramentas como Aleph e Pinpoint para armazenar documentos e encontrar evidências em áudios, textos, fotos e vídeos; raspagem de dados do Twitter; e serviços e códigos simples para OSINT foram algumas das práticas ensinadas.
As pessoas participantes também tiveram acesso à plataforma do CruzaGrafos, que permite analisar e expor relacionamentos entre diferentes pessoas (físicas e jurídicas), mesmo que apareçam em diferentes bancos de dados nos repositórios da Abraji.
A segunda edição ofereceu novos temas e atualização de conteúdo, além de aulas práticas com uso de programação. Novos instrutores também conduziram atividades, como Alice de Souza, Guilherme Felitti, Jamile Santana, Lucas Lago e Reinaldo Chaves. Além deles, Adriano Belisário e Eduardo Goulart, instrutores da primeira edição do curso, também estiveram presentes.
Tutorial “Como rastrear redes de desinformação”
O tutorial “Como rastrear redes de desinformação” foi criado a partir do workshop “How to track disinformation networks” da Tactical Tech. O material foi traduzido e adaptado por Anicely Santos junto com Pedro Henrique Batista, também integrante do time da OKBR, e mostra como funcionam as campanhas de desinformação, apresentando o ciclo de vida de uma campanha e ensinando a documentar uma investigação desse fenômeno.
Dividido em cinco etapas, na primeira delas o material mostra como identificar as origens das campanhas de manipulação; a segunda consiste em observar quais táticas estão sendo usadas para disseminar a campanha em plataformas sociais e na web; a terceira visa examinar respostas da indústria, ativistas, políticos e jornalistas; a quarta avalia as ações tomadas por empresas de tecnologia, governos, jornalistas ou sociedade civil para reduzir a disseminação do conteúdo; a quinta e última etapa verifica como os participantes da campanha se ajustam às medidas de mitigação descritas na quarta etapa e as mudanças no ambiente de informações resultantes dessas medidas. Por fim, o material mostra como documentar essas informações.
Outros dois materiais do kit “Exposing the Invisible” da Tactical Tech também foram adaptados e traduzidos. “Segurança em primeiro lugar: noções básicas de segurança digital”, baseado no tutorial “Safety First!”, e “Investigando sites: vendo tudo que há por trás”, baseado no ““How to See What’s Behind a Website!””.
Você pode conferir estes e outros materiais na seção de tutoriais do site da Escola de Dados.
