Nova versão do Índice da OKBR buscará avaliar mais categorias de dados, qualificar os dados que estão sendo abertos e incluir mais entes; nível de transparência “Bom” ainda é insuficiente em um momento em que dados podem salvar vidas
Em 3 de abril, Open Knowledge Brasil (OKBR) lançou os primeiros resultados do Índice de Transparência da Covid-19 (ITC-19), para avaliar em que medida os estados e o governo federal estão divulgando dados básicos para o acompanhamento da epidemia.
A primeira versão do Índice da OKBR teve como principal objetivo oferecer um norte para que os estados publicassem um conjunto mínimo — porém, fundamental — de dados sobre a pandemia de forma padronizada. Com esse conjunto mínimo de requisitos, os gestores puderam se familiarizar com os processos de coleta e publicação dos dados a que têm acesso.
Em um primeiro momento, era importante abarcar os vários meios que os gestores encontraram para fazer a informação chegar ao público pelos portais oficiais de comunicação, mesmo que os dados não estivessem plenamente estruturados. Para tanto, uma diversidade de meios de divulgação foi considerada para avaliação – releases, planilhas, boletins e informes epidemiológicos e painéis de visualização de dados.
A resposta foi rápida e eficaz na maioria dos entes avaliados. O primeiro boletim mostrou que o país estava absolutamente no escuro com relação aos dados da Covid-19: 90% dos estados não alcançavam, àquela altura, os níveis “Bom” ou “Alto” de transparência. Após quatro semanas, com os esforços empreendidos pelos estados e ampla repercussão da imprensa, esta realidade melhorou muito: no quinto boletim, 39% continuavam nessa condição. Mas ainda há muito a ser feito e, agora que conhecemos melhor as dificuldades, podemos avançar ainda mais na abertura desses dados.
“Bom” ainda é um nível de transparência insuficiente em um momento em que dados podem salvar vidas. A comparação entre os entes e as análises mais aprofundadas somente serão possíveis se as administrações ampliarem o escopo dos dados divulgados e seguirem os padrões de dados abertos internacionalmente reconhecidos.
Desde o início do projeto, a OKBR está atenta aos comentários e sugestões recebidos de gestores, pesquisadores e jornalistas de todo o país. Para esta segunda fase do ITC-19, abrimos uma consulta para sistematizar essas contribuições e aprimorar as métricas, “subir” a régua de avaliação e estender o monitoramento às capitais.
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