Não é de hoje que, quem circula por ambientes onde a programação corre solta, nota a escassa presença feminina. O que era público e notório se confirmou por dados concretos: uma lista do Inep (conseguida via Lei de Acesso e disponibilizada aqui) revela o total de ingressantes em cursos de ciência da computação no Brasil e o número de meninas neste total. Vejam os resultados:
Claro que nem só na educação formal se expressa o interesse de mulheres por programação, mas este gráfico representa bem a situação. Interessante notar que, embora o número de vagas tenha aumentado bastante ao longo dos anos, o número de meninas que escolheram cursar ciência da computação oscilou sempre em um mesmo patamar, abaixo de 10 mil. Gráficos e tabelas são ótimos para apresentar um cenário, mas péssimos para explicá-lo.
A questão é cultural, por isso nada fácil de resolver. Convivemos com uma classificação social das atividades por gênero e às vezes, sem nem nos darmos conta, a incorporamos como natural, razão pela qual ouvimos até hoje frases (terríveis, na minha opinião) do tipo “isso é coisa de mulher” ou “isso é trabalho de homem”. Mas também faltam iniciativas que estimulem a participação feminina em atividades como, por exemplo, programar.
Por isso que a RodAda Hacker, oficina de programação para meninas e mulheres, merece ser espalhada pelo Brasil. A ideia pintou com a Dani Silva em São Paulo e já há iniciativas em Campinas, Floripa e Rio (fiquem ligadas nas inscrições!). Torço para que venham muitas outras, e para que tenhamos cada vez mais novas protagonistas de projetos incríveis com tecnologias digitais.
obs: Pra quem, como eu, ainda não tá craque na programação, mas adora brincar de construir infografias por aí, sugiro uma bela fuxicada no infogr.am. O má-xi-mo! =)