Escola de Dados

Segunda edição do curso “Jornalismo de Dados Ambientais” ganhou polos presenciais na Região Norte

02 jun de 2023, por OKBR

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Mais de 700 pessoas participaram; criação dos espaços e distribuição de pendrives para alunos da região marcaram segunda edição da formação

Os desafios socioambientais estão no centro do debate público atual. Para capacitar jornalistas que atuam na cobertura desses temas, a Escola de Dados – um dos eixos de atuação da Open Knowledge Brasil (OKBR) – promoveu a segunda edição do curso “Jornalismo de Dados Ambientais: no rastro do desmatamento da Amazônia”. Ao todo, 716 pessoas participaram da formação gratuita, que ofereceu introdução prática a recursos, ferramentas e conceitos que auxiliam no trabalho com dados ambientais, especialmente no contexto do desmatamento na Amazônia Legal.

Esta edição trouxe, ainda, uma novidade com a estreia de dois polos presenciais na região Norte do país a fim de ampliar a participação de pessoas que enfrentam desafios de conectividade. Em Belém, o laboratório de informática da  Fundação Escola Bosque (Funbosque) funcionou como plantão de dúvidas e ponto de encontro entre os participantes. Já no Observatório do Marajó, na Ilha do Marajó, foi realizada uma jornada offline destinada a lideranças de comunidades tradicionais locais.

Para a monitora dos encontros presenciais na Funbosque, Tatianny Soares, a criação do espaço demonstrou um compromisso com o sucesso e o desenvolvimento dos alunos. Ela também destaca que a distribuição de pendrives com o conteúdo do curso proporcionou uma oportunidade de aprendizado mais acessível.

“Plantar a semente da investigação e do jornalismo é contribuir para a formação de cidadãos conscientes e engajados, capazes de enfrentar e solucionar os desafios que a comunidade enfrenta. Normalmente, em cursos online, o conteúdo é disponibilizado sem considerar como as pessoas terão acesso a ele. Gostaria de parabenizar a iniciativa da Escola de Dados de se aproximar desses alunos. Isso fortalece a narrativa de incentivo à investigação, ao jornalismo e à busca de soluções para os problemas vividos pela comunidade de Outeiro, no Pará”, pontuou.

Já na Ilha de Marajó além da distribuição dos pendrives com o conteúdo do curso em 15 municípios da ilha, foi realizada uma atividade presencial no Museu do Marajó, direcionado a jovens de grupos de juventude de comunidades extrativistas e quilombolas dos municípios de Soure e Salvaterra, além de lideranças comunitárias. Eles foram apresentados à estrutura curso (que poderá ser feito offline, de acordo com a disponibilidade de cada aluno), além de um mapeamento que mostra quais questões sociais mais atingem a população do marajó e como técnicas de uso de dados e transparência pode fortalecer as iniciativas de defesa dos interesses destes territórios. 

Saiba mais sobre a segunda edição

Realizado entre os dias 20 de março e 20 de abril, o curso, com 15 horas de carga horária, ofereceu videoaulas e aulas ao vivo com especialistas na área. Foram apresentados softwares livres e dados abertos para mostrar possibilidades de investigações sobre temas socioambientais. Esta segunda edição também ganhou um novo módulo, que aborda conceitos mundiais sobre mudanças climáticas, além de apresentar bases brasileiras para a investigação dos impactos de gases do efeito estufa em território nacional.

As duas edições do curso já proporcionaram que 1.575 pessoas tivessem acesso ao conteúdo produzido pela Escola de Dados.

“Nessa edição, além de procurar desenvolver capacidades no uso de dados para cobertura de temas relacionados às mudanças climáticas, fizemos o movimento de tentar adaptar esse conteúdo as necessidades reais e as dinâmicas da região Norte do País. Diminuir a distância entre um conhecimento novo e a vida real. Tenho certeza que dessa forma os participantes vão utilizar as técnicas mostradas no curso no seu cotidiano de apurações, ou no embasamento de ações que reivindicam políticas públicas nessa área”, disse a jornalista Jamile Santana, coordenadora da Escola de Dados. 

Nas redes sociais, participantes do curso compartilharam a experiência ao longo da formação. No LinkedIn, Beatriz Araújo, repórter do Portal Terra, comentou: “Nesse processo de retorno às hardnews, aprofundar conhecimentos é fundamental. Pensando nisso, nas últimas semanas tenho dedicado parte do meu tempo ao mais que recomendado curso de Jornalismo de Dados Ambientais da Escola de Dados. O interesse na área calhou com a abertura de uma nova turma e, agora, sigo para o último módulo de estudos. São conteúdos expansivos, intensos, provocativos e necessários. Há muito em jogo. Que sigamos com os olhares atentos”.

No Twitter, Stephany Nunes comemorou a conclusão de uma atividade da formação, citando, em específico, uma ferramenta com que teve contato durante as aulas: “(…) Estou me sentindo uma ‘mãe orgulhosa’ com o trabalho que fiz em meu primeiro contato com o programa QGIS para uma análise do desmatamento e reflorestamento em uma região no interior do Amazonas.(…)”. A estudante compartilhou o resultado do recorte de sua análise: “(…) consegui encontrar mais áreas com sinais de urbanização, desmatamento e também pude perceber o reflorestamento em algumas partes (…)”. Confira a análise feita pela estudante.

Uma nova edição do curso está prevista para o começo de 2024. 

A realização do curso contou com o apoio do Instituto Hivos, por meio do Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), e da rede Internews, por meio do projeto Conservando Juntos, liderado pela Wildlife Conservation Society (WCS) com apoio da USAID.

Confira os próximos cursos da Escola de Dados

De 7 a 28 de junho, a Escola de Dados realizará a segunda edição do curso “Investigações Digitais: OSINT para jornalistas e ativistas brasileiros”, com apoio da Tactical Tech e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O treinamento visa apresentar técnicas de investigação centradas nos desdobramentos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro e contará com aulas ao vivo às segundas e quartas-feiras, à noite.

Entre 19 de junho e 5 de agosto, será realizada uma nova edição do curso online “Python para Inovação Cívica”, desta vez no contexto do programa Vozes para a Ação Climática Justa, apoiado pela Fundação Hivos. Entre as novidades de 2023 estão as 400 bolsas de gratuidade para as pessoas participantes e o foco na região Norte do país, especialmente no território da Amazônia Legal. As inscrições serão aceitas até 05/06.